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Notícias de Portugal e do Mundo a partir do Agrupamento de Escolas de Santa Catarina
Ouvido até ao início da madrugada desta sexta-feira na comissão de inquérito parlamentar à TAP, o ministro das Infraestruturas procurou afiançar que não mentiu ao país e quis contrariar a versão dos acontecimentos do final de abril relatada, na véspera, por Frederico Pinheiro. “Há uma história e depois há factos”, alegou. João Galamba garantiu que a principal preocupação, durante os incidentes no Ministério, foi acautelar a segurança dos membros do seu gabinete, negou ter ameaçado o ex-adjunto e reagiu, pela primeira vez, às críticas de Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que valoriza a confiança de António Costa.
“Nego categoricamente que tenha ameaçado Frederico Pinheiro, mas afirmo que fui ameaçado por Frederico Pinheiro e não foi pouco, senhor deputado, e pode ter a certeza de que se havia alguém mesmo muito exaltado naquele telefonema não era seguramente eu”, relatou João Galamba, em resposta ao social-democrata Paulo Rios de Oliveira.
O titular da pasta das Infraestruturas referia-se às declarações do adjunto exonerado, durante a audição parlamentar de quarta-feira no Parlamento, onde acusou Galamba de o ter ameaçado “com dois socos” no telefonema em que lhe foi comunicado o afastamento do gabinete, a 26 de abril. Factos que ocorreram depois do regresso do governante de uma deslocação a Singapura.
“A pessoa verdadeiramente exaltada era Frederico Pinheiro que, aliás, a seguir foi fazer o que sabemos que fez, onde de facto agrediu pessoas. O exaltado naquele telefonema não fui seguramente eu”, insistiu João Galamba, reconhecendo ser uma “pessoa colérica”, embora, naquele instante, estivesse “aliviado por resolver” o incidente - e “muito, muito tranquilo”.
O ministro sustentaria que “não há duas versões contraditórias” sobre as notas da reunião preparatória com a ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, recusando a ideia de que tenha havido uma tentativa de ocultar dados ao Parlamento.
“Não há duas versões contraditórias. Há uma história e depois há factos, provas e muitas testemunhas”, insistiu, para acrescentar que, a partir do momento em que o gabinete soube da existência de notas, “tudo o que foi feito foi no sentido de as entregar” à comissão de inquérito à TAP.
Sobre a exoneração de Pinheiro, Galamba disse que se tratou de uma decisão “com efeitos imediatos” por “comportamentos incompatíveis”, dado que o ex-adjunto “desobedeceu a instruções da chefe de gabinete, mentiu a colegas” e ao próprio ministro, deixando várias chamadas telefónicas por atender.
Ainda de acordo com Galamba, a chefe de gabinete, Eugénia Correia, regressou ao Ministério das Infraestruturas na noite de 26 de abril “por duas razões”: remeter o ofício com a resposta à comissão de inquérito parlamentar e “fazer o despacho de exoneração de Frederico Pinheiro”, a pedido do ministro.
João Galamba manifestou a expectativa de que seja “apurada toda a verdade” sobre a noite dos incidentes, remetendo para as autoridades competentes “o trabalho” de investigação: “Eu não me meterei porque não tenho nada a ver com essa matéria”.
No decurso da audição, que se prolongou por mais de sete horas, João Galamba foi também questionado pelo deputado do PSD Paulo Moniz sobre se, após a comunicação de 4 de maio do presidente da República, não se sentiria envergonhado por permanecer no Executivo.
“Pergunta se eu acordo com vergonha. Não, senhor deputado, acordo todos os dias com o sentimento de dever e obrigação de cumprir o meu trabalho que cumpro com orgulho, sentido de dever e, espero eu, com competência. É assim que eu acordo todos os dias, faço o meu trabalho”, redarguiu o ministro.
Galamba quis deixar claro que o que valoriza “é a confiança do senhor primeiro-ministro” e a capacidade de desempenhar as suas funções. “É só isso e mais nada que valorizo e que me dá ou tira noites de sono. Mais nada. Acredite, senhor deputado. Mais nada”, vincou.
Perante os deputados da comissão de inquérito, João Galamba alegou que quem lhe disse a 26 de abril para contactar o SIS foi o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. E que nessa mesma madrugada reportou os acontecimentos a António Costa. Isto em resposta ao deputado da Iniciativa Liberal Bernardo Blanco.
“Ninguém ativou o SIS”, garantiu o ministro.
“A única coisa que posso informar é que foi feito um reporte. A única intervenção do gabinete foi só um reporte”, enfatizou.
Galamba prometeu tentar confirmar a hora exata da entrada no Ministério das Infraestruturas na noite de 26 de abril, momento do incidente com Frederico Pinheiro. Contudo, afiançou que não transmitiu à chefe de gabinete, Eugénia Correia, a instrução para ligar ao SIS.
“O meu telefonema com António Mendonça Mendes termina depois do telefonema de Eugénia Correia com o SIRP (Sistema de Informações da República Portuguesa)”, afirmou.
Os deputados questionaram o governante sobre as diferenças entre a versão que transmitiu na audição e aquela que deu na conferência de imprensa de 29 de abril, quando afiançou que não se encontrava no Ministério quando aconteceu a agressão à chefe de gabinete e à adjunta, telefonou ao primeiro-ministro, que não atendeu, e ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, a quem reportou os acontecimentos.
Na mesma conferência de imprensa, Galamba disse que lhe foi transmitido que “devia falar com a ministra da Justiça”. “Reportei o facto e disseram-me que o meu gabinete devia comunicar estes factos àquelas duas autoridades, coisa que fizemos”, relatou então.
Na audição da última noite, o ministro acabou por revelar que telefonou ao ministro da Administração Interna, o que não havia indicado na conferência de imprensa de 29 de abril, “feita quase no calor dos acontecimentos”.
“Reconstruir a verdade dá trabalho”, rematou.
Fonte: RTP
A Roma, treinada pelo português José Mourinho, qualificou-se esta noite para a final da Liga Europa de futebol, ao empatar a zero em casa do Bayer Leverkusen, na segunda mão das meias-finais.
Com Rui Patrício na baliza, a Roma, vencedora da Liga Conferência Europa na última temporada, segurou a vantagem de 1-0 trazida da primeira mão, com Mourinho a atingir a sua sexta final europeia de clubes, a segunda consecutiva.
Na sua segunda final da segunda competição europeia de clubes, depois de ter perdido em 1990/91, na então Taça UEFA, a Roma vai defrontar o Sevilha, recordista de títulos na Liga Europa, com seis, ou a Juventus, que vão disputar o prolongamento após dois empates a um golo.
Fonte: RTP
A Assembleia da República debate esta sexta-feira as medidas do Governo para combater a crise na habitação, juntamente com 13 diplomas da oposição.
Aprovado em Conselho de Ministros no dia 30 de março, o Programa Mais Habitação, que inclui medidas como o arrendamento forçado de casas devolutas, a suspensão de novas licenças de alojamento local ou o fim dos vistos gold, vai ser debatido, na generalidade, no plenário da Assembleia da República.
Fonte: RTP
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai viajar até ao Japão para participar presencialmente na cimeira do G7, em Hiroshima. Pouco antes do início do encontro das sete nações mais industrializadas do mundo, Estados Unidos e Reino Unido anunciaram novas sanções contra a Rússia.
A deslocação de Zelensky à cidade japonesa símbolo da paz foi confirmada pelo secretário do Conselho Nacional de Segurança da Ucrânia, Oleksiy Danilov.
“Serão lá [na cimeira] decididos assuntos muito importantes e, por isso, a presença do nosso presidente é algo absolutamente essencial para defender os nossos interesses e apresentar propostas e argumentos claros sobre os acontecimentos que ocorrem no território do nosso país”, explicou Danilov.
Em declarações à BBC, o secretário do Conselho Nacional de Segurança da Ucrânia enfatizou que Zelensky “estará onde o país precisar dele, em qualquer parte do mundo, para resolver os problemas de estabilidade”.
“Quem duvidaria de que o nosso presidente estaria presente na cimeira do G7?”, questionou.
Esta sexta-feira, o presidente ucraniano deverá participar na cimeira por videoconferência, onde vai colocar os líderes do G7 a par das situações no campo de batalha e encorajá-los a intensificar os esforços para restringir o esforço de guerra de Moscovo. No sábado, Zelenski estará em Hiroshima para participar no domingo numa sessão dedicada à guerra na Ucrânia.
Em Hiroshima, o chefe de Estado ucraniano deverá ainda manter encontros bilaterais com o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro japonês.
No Japão, Zelensky poderá reiterar o pedido de aviões de combate. Numa altura em que alguns países europeus já começaram a falar da possibilidade de entrega de caças F-16 de fabrico americano a Kiev, passando a contrapartida para Washington.
Os Estados Unidos e o Reino Unido já anunciaram novas sanções para procurar restringir a capacidade da Rússia de continuar a guerra na Ucrânia, pouco antes do início da cimeira do G7.
As sanções devem impedir que "aproximadamente 70 entidades na Rússia e em outros países recebam mercadorias exportadas dos EUA, adicionando-as à lista negra do Departamento de Comércio", disse um responsável norte-americano, citando mais de 300 novas sanções contra "indivíduos, organizações, navios e aviões" em toda a Europa, Médio Oriente e Ásia.
Outros membros do G7 também se preparam para "colocar em prática novas sanções e barreiras às exportações", disse o responsável.
O G7 deve trabalhar para interromper o abastecimento militar russo, fechar brechas nas sanções, reduzir ainda mais a sua dependência da energia russa, continuar a restringir o acesso de Moscovo ao sistema financeiro internacional e comprometer-se a congelar os ativos russos até o fim da guerra, assegurou o alto funcionário do governo de Joe Biden.
Os países do G7, grupo formado pelo Reino Unido, França, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Itália – a União Europeia também tem representação no grupo – impuseram sanções sem precedentes à Rússia no ano passado, mas foram cautelosos em áreas que poderiam prejudicar as economias europeias que ainda recuperam da pandemia da covid-19.
A União Europeia vai “limitar o comércio de diamantes russos" como parte das sanções contra Moscovo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
"Os diamantes russos não são eternos”, disse, com ironia, Michel à imprensa em Hiroshima, confirmando uma medida da União Europeia que visa “desligar a Rússia dos seus financiadores”.
O presidente do Conselho Europeu garantiu que a União Europeia está empenhada em “fechar a porta às lacunas legais” de que o Kremlin se está a aproveitar para “continuar a atiçar a chama da guerra na Ucrânia”.
Horas antes, também o Reino Unido tinha divulgado novas medidas visando o setor de mineração da Rússia, incluindo o comércio de diamantes, que rende a Moscovo milhares de milhões de dólares todos os anos.
Londres vai impor ainda restrições a vários metais de origem russa, especificamente cobre, alumínio e níquel, além de estar a preparar uma nova ronda de sanções a 86 indivíduos e empresas ligadas ao presidente russo, Vladimir Putin, e à indústria militar russa.
Na quinta-feira, um responsável da União Europeia tinha dito que os líderes dos países do G7 iriam discutir em Hiroshima sanções contra o comércio de diamantes da Rússia, mas notou ser improvável que o bloco chegue a um acordo final durante a cimeira.
Os Emirados Árabes Unidos, a Índia e a Bélgica, que é membro da UE, estão entre os principais importadores de diamantes russos.
O responsável da UE sublinhou que a adesão da Índia seria fundamental para garantir o impacto de sanções nesta área.
A Índia também mantém estreitos laços militares com a Rússia e nunca condenou a invasão de Moscovo à Ucrânia.
E os líderes do G7 poderão apresentar os seus argumentos diretamente ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que foi convidado para a cimeira de Hiroshima juntamente com os líderes de outras grandes economias em desenvolvimento.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu que os países do G7 devem trabalhar em conjunto para ter acesso à tecnologia e garantir fontes de minerais críticos para uma transição verde, criando a capacidade de fabricação adicional em vez de competirem.
"Apesar de todas as dificuldades geopolíticas, a transição para as energias limpas está a acelerar", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Agora que o G7 está nesta corrida em conjunto, a nossa concorrência deve criar uma capacidade de produção adicional e não prejudicar os outros", acrescentou Ursula von der Leyen.
Os países do G7 querem atingir a neutralidade carbónica até 2050, o mais tardar, acrescentando a energia eólica, solar e outros tipos de energia renovável.
A União Europeia quer processar 40 por cento das matérias-primas críticas que consome até 2030, reduzindo drasticamente a dependência da China. Atualmente, a União Europeia depende da China em mais de 90 por cento dos minerais essenciais para a produção de energia eólica e de baterias.
Von der Leyen afirmou que o G7 deveria considerar o estabelecimento de objetivos para a criação de capacidade de produção limpa a nível mundial e estabelecer mais alianças ecológicas "entre nós, mas também com outros parceiros de confiança".
"Espero que possamos avançar com um Clube de Matérias-Primas Críticas nesta reunião do G7", frisou a presidente da Comissão Europeia.
O Canadá, membro do G7, possui muitos dos minerais críticos, como o lítio, o cobalto e o níquel, que são usados para fabricar baterias para veículos elétricos, e o Governo está a tentar ajudar os produtores e processadores a aumentar a produção.
A Austrália, que não é membro do G7, concedeu uma série de subsídios a empresas de minerais críticos na esperança de acelerar o desenvolvimento de uma indústria química de baterias. O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, participa na cimeira do G7, que decorre até domingo, na qualidade de convidado.
Fonte: RTP
O presidente chinês quer aproveitar o "potencial de cooperação tradicional" da Ásia Central. Numa cimeira inédita entre a China e cinco países do continente asiático, Xi Jinping apresentou um grande plano para desenvolvimento desta região, desde a construção de infraestrutura até ao crescimento a nível comercial e económico.
A China assume estar pronta para coordenar estratégias de desenvolvimento com o Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão e promover a modernização de todos estes países. Compromissos assumidos por Xi num discurso na Cimeira China-Ásia Central, que decorre desde quinta-feira no noroeste da China.
Os países da região, que tem sido uma esfera de influência da Rússia, devem “promover totalmente o potencial da cooperação tradicional a nível da economia, comércio, capacidade industrial, energia e transporte”. Segundo o líder chinês, “devem mesmo aprofundar a confiança estratégica mútua e oferecer sempre um apoio claro e forte em questões de interesses centrais”.
Dirigindo-se aos líderes asiáticos, a participar na cimeira a convite de Xi Jinping, o chefe de Estado chinês enfatizou ainda a necessidade de desenvolver “novos motores de crescimento”, como a agricultura, saúde e inovação digital.
"O mundo precisa de uma Ásia Central que seja estável, próspera, harmoniosa e bem conectada", afirmou o presidente chinês, acrescentando que os seis países envolvidos devem opor-se à “interferência externa” e às tentativas de instigar “revoluções coloridas”, mantendo uma postura de “tolerância zero contra o terrorismo, o separatismo e o extremismo”.
A China está pronta para ajudar os países da Ásia Central, frisou, “a melhorar a aplicação da lei, segurança e construção de capacidade de defesa".
Com o objetivo de reforçar os laços económicos e culturais com estes países que, tradicionalmente, são mais próximos de Moscovo do que de Pequim, esta cimeira China-Ásia Central acontece ao mesmo tempo que Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, se encontra no Japão com os líderes do G7.
“Esta cimeira deu um novo ímpeto ao desenvolvimento e à revitalização dos seis países e promoveu uma energia positiva no que toca à paz e estabilidade regional”, afirmou Xi Jinping numa conferência de imprensa, após o discurso que fez no encontro, esta sexta-feira.
"Vamos promover em conjunto um novo paradigma de cooperação profundamente complementar e de alto nível”.
Esta é a primeira edição da “cimeira China-Ásia Central” desde o estabelecimento de relações diplomáticas, em 1992, entre o gigante asiático e as cinco repúblicas ex-soviéticas (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão), após o desmoronamento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
O encontro de dois dias na histórica cidade da Rota da Seda de Xi'an foi retratada pela imprensa estatal chinesa como um triunfo da diplomacia regional da China, uma vez que os líderes do Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão já tinham prometido apoio a Pequim e uma cooperação bilateral mais profunda.
O evento decorre em simultâneo com a cimeira do G7, que reúne os líderes dos países mais industrializados, o que mostra, segundo os analistas, os esforços de Pequim para criar novas vias comerciais e fontes alternativas de fornecimento energético e de outras matérias primas, visando assegurar a segurança de abastecimento, num período de crescentes fricções geopolíticas com os parceiros comerciais ocidentais.
A Ásia Central, recorde-se, ocupa um espaço central nas ligações ferroviárias entre Europa e China, uma parte importante da iniciativa “Faixa e Rota”, um gigantesco projeto internacional de infraestruturas lançado pela China, que prevê a abertura de novas vias comerciais na Eurásia. A China construiu alguns dos maiores portos secos do mundo naqueles países, capazes de descarregar um comboio de contentores em menos de 50 minutos.
Nesse sentido, o líder chinês prometeu aumentar o comércio transfronteiriço, através da construção de mais ligações rodoviárias e ferroviárias, e incentivar as empresas chinesas a estabelecer armazéns na Ásia Central. Assim como, prometeu simplificar os procedimentos para a importação de produtos oriundos dos países da região.
Fonte: RTP
São já sete as execuções desde dezembro de pessoas acusadas de envolvimento nas manifestações que no ano passado agitaram o país contra as ações repressivas do regime. Três homens foram agora executados pelo alegado envolvimento na morte de três elementos das forças de segurança num ataque que ocorreu em Novembro em Isfahan.
A repressão levada a cabo por Teerão após a contestação que percorre todo o país em reação à morte de Mahsa Amini, uma curda de 22 anos, às mãos da polícia de costumes por uso indevido do véu islâmico está a ser contestada pelas agências de Direitos Humanos, com a Amnistia Internacional a acusar o regime de neste caso ter sujeitado os acusados a um julgamento injusto e não colocando de parte o uso de tortura para produzir a acusação.
Os três homens - Majid Kazemi de 30 anos, Saleh Mirhashemi, 36, e Saeed Yaqoubi, 37 – foram detidos após os protestos que ocorreram na cidade de Isfaham a 16 de novembro e acusados da morte a tiro de um polícia e dois elementos da unidade paramilitar Basij.
A Amnistia acusa as autoridades de terem submetido os três acusados a tortura para forçar a confissão que deu corpo ao processo judicial que levou à sua condenação. Majid Kazemi terá sido pendurado pelos pés, sendo obrigado a assistir a um vídeo em que o seu irmão era torturado, sujeito a execuções simuladas e a ameaças de morte contra os irmãos.
Em gravações áudio da prisão de Dastgerd, onde os três homens estavam detidos, Kazemi deixou várias acusações contra as forças de segurança: "Juro por Deus que sou inocente. Eu não tinha nenhuma arma comigo. Eles [forças de segurança] continuaram a bater-me e a ordenar-me que dissesse que a arma era minha”.
"Eu acabei a dizer-lhes que diria o que quisessem para que deixassem a minha família em paz”, referiu.
Após um julgamento de quatro dias, os três homens seriam condenados à morte em janeiro sob a acusação de “inimigos de deus”.
O Centro para os Direitos Humanos no Irão, sediado nos Estados Unidos, acusa as autoridades judiciais de terem levado a cabo um processo em que negaram a possibilidade de preparar uma defesa adequada, concluindo numa condenação fundada em confissões forçadas.
A acusação estava "cheia de irregularidades que revelam que este foi um caso com motivações políticas, conclui a organização.
"O uso da pena de morte contra estes homens é um flagrante ato de vingança contra uma geração corajosa de manifestantes que vem exigindo de forma firme os direitos do povo iraniano durante os últimos sete meses", declarou em comunicado Diana Eltahawy, vice-diretora da Amnistia no Oriente Médio.
Fonte: RTP
O músico Andy Rourke, baixista da banda britânica The Smiths, morreu aos 59 anos vítima de cancro no pâncreas, anunciou hoje o antigo guitarrista do grupo, Johnny Marr.
"É com profunda tristeza que anunciamos a morte de Andy Rourke após uma longa doença. Cancro do pâncreas", indicou Marr na conta oficial na rede social Twitter.
"Para todos aqueles que o conhecemos, Andy vai ser recordado como uma alma bela e amável e como um músico altamente dotado pelos apreciadores de música", acrescenta a mensagem de Johnny Marr.
"Pedimos privacidade neste momento de tristeza", diz ainda o antigo guitarrista da banda.
Os Smiths surgiram em 1982 na cidade de Manchester e integrava Morrissey (voz), Johnny Marr (guitarra), Andy Rourke (baixo) e Mike Joyce (bateria).
Fonte: RTP
O ministro das Infraestruturas é ouvido esta quinta-feira à tarde em sede de comissão parlamentar de inquérito à TAP. Uma audição que acontece depois de Frederico Pinheiro ter acusado o Governo, perante os deputados, de mentir sobre os acontecimentos do final de abril. O adjunto exonerado do Ministério negou ter agredido quaisquer membros do gabinete de João Galamba, assim como o furto do computador de trabalho. Versão contrariada, em audição subsequente, pela chefe de gabinete, Eugénia Correia.
A audição do titular da pasta das Infraestruturas esteve inicialmente marcada para as 17h00. Foi entretanto empurrada para cerca das 17h30. Realiza-se na sequência de pedido urgente, depois da exoneração, por justa causa, da ex-presidente executiva a TAP, Christine Ourmières-Widener, e do caso da reunião preparatória da respetiva audição parlamentar, com elementos de gabinetes governamentais e o grupo parlamentar do PS, em janeiro.
O caso a envolver Frederico Pinheiro eclodiu a 26 de abril, quando foram conhecidas denúncias contra o ex-adjunto por alegada violência física no interior do Ministério e o denominado furto de um computador portátil. Isto após ter sido exonerado “por comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades” inerentes às funções que desempenhava.
A controvérsia subiu de tom ao ser noticiada a intervenção do Serviço de Informações e Segurança para a recuperação do computador.
Ao longo da tarde de quarta-feira, numa audição que se prolongou por cinco horas, o ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas Frederico Pinheiro disse ter-se sentido ameaçado pelo SIS com vista à entrega do computador. Negou também ter agredido elementos do gabinete. E acusou diretamente João Galamba de o ter ameaçado, ao telefone, com “dois socos”.
A meio da audição, cinco elementos do gabinete de João Galamba assinaram um comunicado a acusar Frederico Pinheiro de mentir ao Parlamento a reiterar que foram agredidas duas pessoas a 26 de abril e a acenar com a divulgação de imagens de videovigilância que dariam conta do “estado de cólera”, à data dos factos, do ex-adjunto.
Confrontado com este comunicado, Frederico Pinheiro considerou “indecente continuar a assistir a ataques pessoais” e “ameaças veladas”, reconhecendo, ainda assim, que depois de ser “sequestrado no Ministério” o que será possível ver nas imagens “não é uma pessoa tranquila”.
De resto, o ex-adjunto afirmou, por mais do que uma vez, ter chamado a polícia ao Ministério por ter sido “sequestrado”. E negou ter partido qualquer vidro.
O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas anuiu ainda a entregar o telemóvel de serviço à Polícia Judiciária, para que se procure recuperar mensagens apagadas no âmbito de uma intervenção que disse ter sido pedida pela chefe de gabinete do Ministério, Eugénia Correia.
Ouvida logo após Frederico Pinheiro, numa audição que perduraria até às primeiras horas da madrugada, a chefe de gabinete diria ter sido ela a contactar o SIS para apreender o computador de Frederico Pinheiro.
Eugénia Correia reiterou que houve agressões por parte do adjunto, quando tentaram apoderar-se do computador, e disse ter estado presente durante o telefonema em que João Galamba demitiu Frederico Pinheiro, garantindo que não ouviu qualquer ameaça por parte do ministro, que estaria tranquilo.
A chefe de gabinete indicou ter recebido um telefonema do SIS após ter reportado ao Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) que havia sido levado um computador com informação classificada por parte do adjunto exonerado.
“Depois de ter pedido uma chamada para o SIRP, sim, recebi uma chamada do SIS", confirmou Eugénia Correia, em resposta ao deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, para acrescentar ter reportado ao SIRP “que tinha sido levado do Ministério das Infraestruturas um computador onde estavam incluídos documentos classificados, bem como todos os documentos relevantes referentes à TAP dos últimos anos e que tinha sido levado o computador por um adjunto previamente exonerado”.
“Tendo o doutor Frederico Pinheiro levado à força um computador que não lhe pertence”, insistiu a chefe de gabinete, “o que se tentou fazer foi impedir que o computador saísse do Ministério, como é lógico, quando se está perante um roubo, o que se tenta fazer é impedir que a pessoa concretize o ato”.
Já questionada sobre a razão pela qual o telemóvel de serviço de Frederico Pinheiro não suscitou a mesma preocupação, Eugénia Correia argumentou que, de acordo com o diretor do Centro de Gestão da Rede Informática do Governo, o telemóvel estava cancelado, o que não acontecia com os documentos do computador.
Quanto às acusações de agressão, Eugénia Correia disse que, depois de Frederico Pinheiro ter guardado o computador na mochila e de tentado abandonar o gabinete, ela mesma agarrou a mochila.
“Agarrei a mochila do doutor Frederico, nem toquei nele, agarrei na mochila. Em consequência dá-me um murro a mim, e depois a doutora Paula lagarto tentou agarrar a mochila, levou vários murros e depois a doutora Rita Penela tenta igualmente agarrar a mochila”, denunciou.
Ainda segundo a chefe de gabinete, foram efetuados três telefonemas para o 112, um telefonema para a PSP do Bairro Alto e o ministro das Infraestruturas ligou igualmente para a PSP.
"Aguardávamos [fechadas na casa de banho] que as autoridades nos contactassem, porque foram reportadas agressões e roubo de um computador, era o que aguardávamos que tivesse acontecido. Não aconteceu”, reiterou.
Fonte: RTP
O Manchester City qualificou-se esta quarta-feira pela segunda vez para a final da Liga dos Campeões de futebol, ao golear em casa o Real Madrid, detentor do troféu, por 4-0, na segunda mão das meias-finais.
Depois do empate a um golo em Madrid, o português Bernardo Silva fez os dois primeiros golos dos `citizens`, aos 23 e 37 minutos, com o brasileiro Éder Militão (76) a marcar na própria baliza e o argentino Julián Álvarez (90+1) a fazer o 4-0.
Em busca do seu primeiro título da `Champions`, o Manchester City regressa à final, duas temporadas depois de ter perdido com o Chelsea no Estádio do Dragão, defrontando o Inter Milão, três vezes campeão europeu, no encontro decisivo, marcado para 10 de junho, em Istambul.
Fonte: RTP
A Fenprof deslocou-se esta quinta-feira ao DIAP de Lisboa para identificar as escolas que instauraram procedimentos disciplinares contra professores que participaram na greve da Função Pública, a 17 de março, e apresentar a lista dos docentes visados.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, Mário Nogueira, apontou o dedo ao ministro da Educação,João Costa.
"Se não há um comando central, se não é essa a opinião do Ministério da Educação, do senhor ministro e do secretário de Estado, a pergunta é: então porque é que não resolvem o problema?", questionou o dirigente sindical.
Fonte: RTP
A cidade japonesa de Hiroshima acolhe, entre sexta-feira e domingo, mais uma cimeira do G7. As sanções contra a Rússia depois da invasão da Ucrânia, as ambições da China em relação a Taiwan e o desarmamento nuclear vão estar em debate.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deverá receber os líderes das outras seis grandes democracias industrializadas do grupo na cidade marcada pela destruição nuclear em 1945 e que alberga atualmente numerosos monumentos à paz, de sexta-feira a domingo.
A invasão da Ucrânia, lançada pela Rússia há 15 meses, vai dominar a agenda, com “discussões sobre a situação no terreno”, revelou o conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan.
Os Estados Unidos e os seus aliados aumentaram o envio de armas para a Ucrânia. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deverá participar na cimeira do G7 por videoconferência.
As conversações devem centrar-se no reforço das sanções a Moscovo, que já levaram a uma contração da economia russa no primeiro trimestre de 2023.
As repetidas ameaças de Putin de transformar a guerra na Ucrânia num conflito militar já foram condenadas pelo grupo dos sete países mais industrializados do mundo.
Os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia deverão também dedicar parte das discussões à China e, em particular, à forma de se protegerem de uma eventual chantagem económica de Pequim, diversificando a produção e as cadeias e as cadeias de abastecimento. Isto numa altura em que o Governo de Xi Jinping se mostra disposto a recorrer a barreiras comerciais.
No entanto, os países europeus, nomeadamente França e Alemanha, querem garantir que a eliminação dos riscos não significa o corte de relações com a China, um dos maiores mercados mundiais, com um conselheiro de Emmanuel Macron a insistir que o G7 “não é um G7 anti chinês”
Outro dos temas em debate vai ser o desarmamento nuclear. Esta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou aos países do G7 para que declarem que não usarão “em nenhuma circunstância” armas nucleares.
"Este é o momento em que devemos insistir na necessidade de revitalizar o desarmamento e especialmente o desarmamento nuclear", disse Guterres aos órgãos de comunicação social japoneses, antes de visitar Hiroshima.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, quer aproveitar a cimeira para pressionar os restantes líderes do G7 a comprometerem-se com a transparência em matéria de stocks e de redução dos arsenais nucleares.
As autoridades norte-americanas afirmaram que Washington não irá promover uma agenda independente sobre armas nucleares em Hiroshima, enquanto fontes governamentais alemãs afirmaram que o desarmamento nuclear não era uma prioridade, acrescentando que era "importante principalmente para o Japão".
O Japão também convidou oito países terceiros para Hiroshima, incluindo grandes economias emergentes como a Índia e o Brasil, numa tentativa de conquistar alguns líderes relutantes em se oporem à guerra da Rússia na Ucrânia e às crescentes ambições militares de Pequim.
Os líderes do G7 já começaram a chegar a Hiroshima, a cidade que ficou destruída por uma bomba atómica norte-americana, a 6 de agosto de 1945, que provocou a morte a 140 mil pessoas.
Para sábado está prevista uma visita ao Museu Memorial da Paz da cidade, que contém exposições que mostram a dimensão da tragédia.
Espera-se que Kishida, Joe Biden, Rishi Sunak e outros líderes do G7 vejam as exposições, incluindo uma simulação que reproduz a onda de destruição que se seguiu ao bombardeamento, com o custo humano representado pelo mundano - uniformes escolares rasgados, o conteúdo enegrecido de uma lancheira e um triciclo cujo dono de três anos morreu 24 horas depois do bombardeamento.
A decisão do primeiro-ministro japonês de escolher Hiroshima para acolher a cimeira vem acompanhada de uma forte dose de simbolismo, cuja presença física mais marcante, a cúpula da bomba atómica, estará à vista dos líderes quando depositarem flores num memorial fúnebre para as 333.907 pessoas cujas mortes foram atribuídas à bomba atómica há quase oito décadas.
Kishida pretende usar a cimeira do G7 para exortar os seus convidados, incluindo o Reino Unido, a França e os EUA, que, em conjunto, possuem milhares de ogivas nucleares, a comprometerem-se com a transparência sobre os seus arsenais e a reduzi-los.
No período que antecedeu a cimeira, Kishida falou do seu desejo de "um mundo sem armas nucleares".
"Acredito que o primeiro passo para qualquer esforço de desarmamento nuclear é proporcionar uma experiência em primeira mão das consequências do bombardeamento atómico e transmitir firmemente a realidade", afirmou o primeiro-ministro japonês.
Fonte: RTP
A Autoridade Tributária pôs esta quarta-feira em marcha buscas nos estádios do Dragão, da Luz e em Alvalade. Em causa estão suspeitas de fraudes fiscal em transferências de jogadores. As buscas fazem parte da Operação Fora de Jogo, que conta já com vários arguidos.
As diligências envolvem elementos da Autoridade Tributária e da Guarda Nacional Republicana. Estas buscas incluíram a Torre das Antas, a casa do filho de Pinto da Costa e os estádios do Dragão, de Alvalade e da Luz.
As buscas estão relacionadas com a operação Fora de Jogo, estando envolvidos mais de uma centena de elementos do fisco e dezenas de militares da GNR.
O Ministério Público avançou, entretanto, "estão em curso mais de seis dezenas de buscas, abrangendo instalações de sociedades, incluindo as sociedades anónimas desportivas do Sporting C.P., S.L. e Benfica e F.C. Porto, escritórios de advogados e de contabilidade, bem como diversas residências". De acordo com a comunicação, estas diligências decorrem nas regiões de Lisboa, Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal.
O MP acrescenta que estão a ser investigadas "suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem".
Os factos em investigação terão ocorrido de 2014 a 2022, "com forte dimensão internacional", existindo "indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social, no valor global de mais de 58 milhões de euros".
O Sporting Clube de Portugal e o Benfica já confirmaram as buscas que ainda estão a ter lugar nos estádios de Alvalade e da Luz e que estão "cooperantes" com a situação levada a cabo pelo DCIAP.
Em comunicado envido à comunicação social, também o Futebol Clube do Porto confirmou, entretanto, as "buscas levadas a cabo pelo Ministério Público".
"Como sempre, e certa do bom cumprimento das normas atinentes à sua atividade, a Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD encontra-se a colaborar com a justiça e a disponibilizar todos os elementos que lhe sejam solicitados", adianta.
Entretanto, a RTP teve conhecimento de que, em Alvalade, as autoridades procuraram documentação referente às transferências dos jogadores Bas Dost, Naldo, André Pinto, Rúben Semedo, Battaglia, Beto Pimparel e Schelotto.
No caso do Benfica, estarão em investigação os contratos de jogadores como Chiquinho, Vlachodimos e Gonçalo Guedes.
Esta é a maior operação que envolve a Autoridade Tributária e o mundo do futebol. A Operação Fora de Jogo já está em marcha há alguns anos e investiga suspeitas de branqueamento de capitais para além de crimes de evasão fiscal.
Além dos chamados "três grandes", em 2020 o Vitória de Guimarães e o Sporting de Braga também foram alvos de buscas, tal como a Gestifute, empresa de agenciamento de jogadores, pertencente a Jorge Mendes.
A investigação é dirigida pelo DCIAP e está a cargo da Unidade dos Grandes Contribuintes da Autoridade Tributária e Aduaneira, em estreita colaboração com a Direção de Serviços de Investigação de Fraude e de Ações Especiais da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Unidade de Ação Fiscal da Guarda Nacional Republicana.
Estão a participar cerca de 250 elementos, inspetores tributários e aduaneiros e militares da Guarda Nacional Republicana, para além de magistrados do Ministério Público, magistrados judiciais, estando ainda presentes representantes da Ordem dos Advogados.
Fonte: RTP
O último navio carregado com cereais ucranianos partiu esta quarta-feira de um porto do sul da Ucrânia. A prorrogação do acordo, que permite a exportação segura de cereais e fertilizantes pelo Mar Negro, está em risco devido aos obstáculos colocados pela Rússia.
O navio DSM Capella deixou o porto de Chornomorsk transportando 30 mil toneladas de milho a caminho da Turquia, segundo dados divulgados pelas Nações Unidas.
As Nações Unidas e a Turquia negociaram o acordo do Mar Negro por um período inicial de 120 dias, em julho de 2022, para ajudar a enfrentar a crise alimentar agravada pela invasão russa da Ucrânia, um dos principais exportadores de cereais do mundo.
Em novembro, Moscovo concordou em prolongar o acordo por mais 120 dias. No entanto, em março, anuiu a uma prorrogação de apenas 60 dias, até 18 de maio, a menos que fosse cumprida uma lista de exigências relativas às suas exportações agrícolas.
Responsáveis russos, ucranianos, turcos e das Nações Unidas estiveram reunidos em Istambul, na passada semana, para discutir o prolongamento do acordo do Mar Negro.
“Estão a decorrer contactos a diferentes níveis. Estamos obviamente numa fase delicada”, afirmou a porta-voz da ONU, Stephane Dujarri, no final do encontro na capital turca.
Já o ministro turco dos Negócios Estrangeiros frisou que o acordo poderia ser prorrogado por, pelo menos, mais dois meses.
Em julho de 2022, para convencer a Rússia a assinar o acordo, as Nações Unidas concordaram em ajudar Moscovo com as suas exportações agrícolas durante três anos.
Apesar de as exportações russas de alimentos e fertilizantes não estarem sujeitas às sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Moscovo considera que as restrições aos pagamentos, logística e seguros representam uma barreira às exportações.
“Ainda há muitas questões em aberto relativamente à nossa parte do acordo. Agora terá de ser tomada uma decisão”, afirmou na terça-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Moscovo afirma que ainda existem obstáculos às suas próprias exportações de fertilizantes e cereais, e ameaça abandonar o acordo.
A Rússia enumerou publicamente cinco requisitos para a extensão do acordo, incluindo a reativação do banco agrícola russo Rosselkhozbank ao sistema bancário internacional Swift e a remoção de barreiras à segurança dos navios e ao acesso a portos estrangeiros.
Moscovo exige ainda a regresso do fornecimento de máquinas agrícolas e peças sobresselentes, a retoma de um oleoduto de amoníaco de Togliatti, na Rússia, para Odessa, na Ucrânia, bem como o desbloqueio das contas e atividades financeiras das empresas russas de fertilizantes.
Fonte: RTP
O líder norte-coreano, acompanhado pela filha, visitou o laboratório onde está a ser ultimado o primeiro satélite de reconhecimento militar do país. Em fotografias divulgadas pela agência estatal KCNA, Kim Jong-un aparece perto de um equipamento coberto por uma folha isolante de ouro e equipado com painéis solares.
Na terça-feira, Kim Jong-un reuniu-se com o “comité preparatório de lançamento do satélite” antes de ver o aparelho, noticiou a agência estatal.
“Depois de se familiarizar com os detalhes do trabalho em curso, [Kim] inspecionou o primeiro satélite de reconhecimento militar, que está pronto a ser instalado num foguete espacial após passar pela verificação final da assembleia geral e teste do ambiente espacial”, avançou a KCNA.
Acrescentou que Kim “aprovou o futuro plano de ação do comité preparatório”.
Afirmou ainda que "o lançamento bem sucedido do satélite de reconhecimento militar é uma exigência urgente, dado o atual ambiente de segurança no país" e que seria também "um claro passo em frente" no "campo da investigação espacial" para a Coreia do Norte.
As imagens divulgadas mostram o alegado satélite deliberadamente desfocado, colocado numa plataforma e ligado a cabos, enquanto Kim e a filha, de touca, bata branca e capas a cobrir os sapatos, para evitar a entrada de sujidade no recinto, recebem explicações de cientistas.
Há um mês, Kim anunciou que a construção do satélite estava concluída e deu sinal verde para o lançamento.
Kim afirmou que os EUA e a Coreia do Sul estavam a intensificar - o que chamou de “movimentos de confronto” - contra a Coreia do Norte, argumentando desta forma a necessidade de Pyongyang “exercer o seu direito de legítima defesa”. Já em 2021, Kim tinha deixado claro que o desenvolvimento de um satélite de reconhecimento militar era um dos principais projetos de defesa.
No fim de 2022, foi apontado abril de 2023 para data “planeada” de lançamento, mas os desejos de Kim não se concretizaram.
Para muitos analistas internacionais, Pyongyang terá dificuldades em produzir o satélite de reconhecimento com a própria tecnologia, sem ajuda tecnológica da Rússia ou da China.
Recentemente, foram retomados os trabalhos de modernização da base de lançamento espacial de Sohae, no noroeste do país, embora os peritos considerem que ainda há muito trabalho a fazer antes de poder ser lançado um satélite a partir do local.
De acordo com a agência de notícias Efe, vários especialistas não excluem a possibilidade de o regime optar por lançar este satélite de reconhecimento a partir de uma plataforma móvel, já que os mísseis balisticos e equipamento espacial usam tecnologias de lançamento partilhadas.
Yang Moo-jin, presidente da Universidade de Estudos Norte-coreanos em Seul, citado pelo britânico The Guardian, declarou que, “uma vez que os satélites de reconhecimento da Coreia do Norte são um fator importante no caso de um ataque nuclear preventivo, eles representam uma ameaça significativa para o Sul”.
Justin Trudeau, primeiro-ministro canadiano, está na Coreia do Sul e afirmou perante o Parlamento de Seul que o Canadá está disponível “para aumentar o engajamento militar para mitigar as ameaças à segurança regional, inclusive da Coreia do Norte”.
Os exercícios militares conjuntos de Washington e Seul também pontuam a cooperação de defesa na região.
A Coreia do Norte descreve esses exercícios como “frenéticos” que “simulam uma guerra total” contra Pyongyang. E interpreta essas movimentações “como ensaios para a invasão”.
Fonte: RTP
A banda britânica Coldplay dáesta quarta-feira o primeiro de quatro concertos em Coimbra, no âmbito da digressão “Music of the Spheres”, que geraram uma procura inédita em Portugal e vão obrigar a cortes de trânsito na cidade.
No ano passado, a banda de Chris Martin agendou inicialmente apenas uma data – a de hoje - no Estádio Cidade de Coimbra, mas a elevada procura de bilhetes levou à marcação de uma segunda data, a 18 de maio, uma terceira, para dia 20 de maio e, por fim, uma quarta data a 21 de maio de 2023.
Os quatro concertos dos Coldplay vão obrigar ao corte de trânsito em parte da zona circundante no Estádio Cidade de Coimbra, estando também previstos circuitos especiais dos transportes urbanos.
Entre 16 e 22 de maio (com uma interrupção entre as 2h00 e as 23h00 de dia 19), haverá corte integral de circulação pedonal e rodoviária nas zonas mais próximas do Estádio Cidade de Coimbra e também condicionamento de trânsito em várias vias numa zona mais vasta, onde só será permitida a circulação de transportes públicos, residentes, acesso a propriedade privada e ao centro comercial Alma e a empresas prestadoras de serviços e velocípedes, nos dias dos concertos, entre as 14h00 e as 20h00.
Para Coimbra, que conta receber 200 mil pessoas, os concertos são uma oportunidade de projeção, uma vez que a cidade consta de uma lista de palcos da digressão que inclui Barcelona, Manchester, Milão, Copenhaga, Gotemburgo, Amesterdão, San Diego, Seattle, Vancouver, Los Angeles, entre outras metrópoles.
Para que Coimbra acolhesse a realização destes quatro concertos, a Câmara Municipal atribuiu, em abril, um apoio financeiro no valor de 440 mil euros à promotora Everything is New, no âmbito de um protocolo de colaboração celebrado entre a autarquia, a promotora e a Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF).
O protocolo prevê que a Câmara Municipal de Coimbra fique responsável pela substituição ou reparação do relvado do estádio após os concertos e isente de qualquer taxa a promotora dos espetáculos.
Fonte: RTP
Os dados do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo dão conta de 394 pessoas a dormir ao relento em 2022. Incluindo aqueles que recorrem a centros de acolhimento, são mais de 3.100 os sem-abrigo na capital.
Em termos globais, o número é positivo comparado com os anos anteriores, diz à Antena 1 a vereadora para os Direitos Humanos e Sociais, Sofia Athayde.
Depois de apresentar o balanço na Assembleia Municipal, a vereadora assinalou uma subida no investimento no plano municipal, em relação ao ano passado, para dar resposta às necessidades dos sem-abrigo.
Fonte: RTP
Portugal falha na reciclagem de resíduos urbanos, resíduos elétricos e eletrónicos, embalagens de produtos fitofarmacêuticos, sementes e biocidas e pilhas. A denúncia é feita pelo ambientalista da associação ZERO Rui Berkemeier.
O ambientalista diz que cada português produz mais de meia tonelada de resíduos por ano e quatro em cada cinco toneladas vão para aterro ou para queima.
Rui Berkemeier alerta ainda para a questão dos resíduos eletrónicos, em grande parte prejudiciais à saúde, e que apenas 15 por cento foram recolhidos, quando a quota deveria rondar os 65 por cento.
No entender da associação ZERO, há uma economia verde que Portugal está a desperdiçar.
Fonte: RTP
O Ministério da Educação veio assegurar, na última noite, que está garantida a realização das provas de aferição, a partir desta terça-feira, e que o calendário previsto é para manter. Isto apesar de vários responsáveis pela classificação destas provas em formato digital terem colocado os respetivos lugares à disposição.
De acordo com a edição online do Diário de Notícias, houve já pedidos de demissão por parte de responsáveis pelos exames das zonas Norte, Centro e Lisboa, que representam 27 dos 35 agrupamentos do país.
O jornal escreve que estes pedidos de demissão “começaram a multiplicar-se” na tarde de segunda-feira, véspera do arranque das provas de afeição em formato digital e a aproximadamente um mês dos exames nacionais.
O Ministério da Educação garante estar à procura de soluções que não ponham em causa as provas.
Em resposta à agência Lusa, o gabinete de imprensa do Ministério afirma que “tem estado a acompanhar a situação das estruturas do Júri Nacional de Exames, estando envolvido na procura de soluções que venham a garantir o pleno funcionamento daquelas estruturas”.
“No quadro atual, a realização das provas de aferição encontra-se assegurada cumprindo-se a calendarização prevista”, acrescenta o Ministério de João Costa.
O presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) veio sublinhar, na segunda-feira, que a aplicação desenvolvida para as provas de aferição foi enviada na passada semana por “questões técnicas de segurança”. Luís Pereira Santos afirmou aos jornalistas que se trata de uma ferramenta simples, que “até os alunos podem instalar”.
“É uma aplicação que é necessária para garantir a segurança e a equidade entre os alunos, mas é uma aplicação de instalação muito simples. Não é necessário um professor muito especializado para fazer essa instalação, até os próprios alunos a podem fazer”, sustentou o presidente do IAVE.
Luís Pereira dos Santos enfatizou ainda que os estabelecimentos de ensino podem proceder à instalação de uma “forma muito gradual”, dado que a primeira prova digital é a de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e terá lugar ao longo de duas semanas.
“As escolas vão ter tempo para, com serenidade, fazer essa aplicação”, acentuou, para acrescentar que a prova de TIC será realizada por perto de 80 mil alunos do 8.º ano, até 26 de maio.
“O nosso sistema de provas eletrónicas foi concebido de forma a ser simples e a não implicar a intervenção de professores mais especialistas nesta matéria”, rematou.
Em declarações aos jornalistas, o ministro da Educação, João Costa, defendeu, por sua vez, que o modelo das provas digitais acarreta menos trabalho para as escolas, quando comparado com as provas em papel.
“Toda esta logística era muito mais complexa do que o que está agora aqui em causa”, argumentou o governante.
Já o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas considera que o Ministério da Educação não deu o exemplo, ao difundir informação sobre as provas de aferição digitais 48 horas antes do arranque do processo.
“Nós programamos a nossa atividade e o nosso calendário em muitas escolas, para começar no dia de hoje. E começar no dia de hoje, na prática, em muitas escolas, é inexequível porque é um prazo curto, tendo em conta o tempo de antecedência que foi curtíssimo”, frisou Filinto Lima, entrevistado já esta terça-feira.
“O trabalho tem de ser feito pelos professores de informática. E os nossos professores de informática dão aulas e, portanto, é mais um trabalho para estes professores que podia ter sido feito atempadamente, se o IAVE tivesse feito chegar às escolas a informação que fez chegar ao longo do dia de quinta-feira”, prosseguiu o responsável.
“Ou seja, em muitos casos esta situação vai colidir com a aplicação, durante o dia de hoje, eventualmente amanhã em algumas escolas públicas”.
Por agora, o presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas não tem conhecimento de adiamento das provas de aferição: “Muitas escolas planearam esta prova até dia 26, mas muitas planearam para o dia de hoje. E neste caso concreto parece-me que em algumas delas é inevitável esse adiamento”.
Para Filinto Lima, “se tivesse havido maior planeamento por parte do IAVE, essa informação chegaria a tempo e horas às escolas públicas e não estaríamos aqui hoje a falar deste assunto. E as coisas seriam resolvidas. Não foi o que aconteceu”.
Fonte: RTP
As negociações com os professores não estão a correr bem ao ministro da Educação.
Ontem, na primeira reunião com a plataforma sindical em cerca de um mês, o líder da Fenprof acabou por abandonar a sala acusando João Costa de “falta de democracia” que, se necessário, será resolvida “nos tribunais”.
O encontro foi pedido pelos sindicatos por causa das assimetrias nas carreiras dos professores, mas só aumentou a indignação.
Fonte: RTP
Kiev foi novamente alvo de ataques aéreos russos de "intensidade excecional", com recurso a drones, mísseis de cruzeiro, supersónicos e balísticos, durante a madrugada desta terça-feira. Na capital ucraniana foram ouvidas várias explosões, nas últimas horas, e pelo menos três pessoas ficaram feridas. As defesas antiaéreas da Ucrânia admitem, contudo, que abateram 18 mísseis.
A Rússia intensificou a ofensiva aérea nas últimas semanas, com receio da alegada ofensiva ucraniana no sul do país. Este novo ataque de Moscovo a Kiev foi "excecional na sua intensidade, atendendo ao número de mísseis de ataque lançados num curto período de tempo", afirmou o chefe da Administração Militar de Kiev, Sergii Popko.
A capital ucraniana acordou com o soar das sirenes de emergência por volta das 2h30 e, segundo relatos ao Guardian, ouviram-se pouco depois fortes explosões com as defesas aéreas a intercetar os mísseis russos. Os feixes de luz das explosões iluminaram o céu e os ataques continuaram, tendo o alarme de ataque aéreo voltado a soar às 4h00.
"De acordo com informações preliminares, a grande maioria dos alvos inimigos no espaço aéreo de Kiev foram detetados e destruídos", acrescentou, citando um relatório divulgado pela Força Aérea ucraniana, que indica que as defesas antiaéreas derrubaram seis mísseis supersónicos, nove mísseis de cruzeiro e três mísseis balísticos.
Pelo menos três pessoas ficaram feridas durante o ataque, acrescentam as autoridades ucranianas.
Além dos mísseis, a Rússia lançou nove drones fabricados no Irão, que também foram destruídos pelas defesas ucranianas. Os destroços dos mísseis caíram em vários bairros da capital. Já no distrito de Solomyansky os destroços causaram um incêndio num prédio não residencial, que foi extinto.
Alguns destroços provocaram incêndios em carros e caíram no jardim zoológico, mas nenhuma perda foi relatada, disse o autarca de Kiev, Vitali Klitschko.
É a oitava vez este mês que ataques aéreos russos têm como alvo a capital, uma escalada após semanas de calma e antes do lançamento de uma contraofensiva que a Ucrânia tem preparado. As autoridades ucranianas acreditam que a estratégia do Kremlin, agora, é esgotar os sistemas de defesa aérea, que têm sido bem-sucedidos na intercetação da maioria dos mísseis e drones russos disparados.
O ataque também ocorre num momento em que o presidente Volodymyr Zelenksy está a concluir uma viagem relâmpago pela Europa, onde se encontrou com os líderes dos principais aliados da Ucrânia durante a guerra, tendo garantido promessas de mais ajuda militar.
Fonte: RTP
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