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Notícias de Portugal e do Mundo a partir do Agrupamento de Escolas de Santa Catarina
Portugal e Espanha assinaram esta quarta-feira 11 acordos em várias áreas. Da cultura à saúde, à coesão territorial, à justiça ou à educação, os primeiros-ministros dos dois países ibéricos descreveram um "excelente momento" das relações bilaterais, ao cair do pano sobre a 34ª Cimeira Luso-Espanhola, em Lanzarote.
Numa declaração conjunta, no final do encontro entre os dois primeiros-ministros, acompanhados de vários membros dos respetivos executivos, Portugal e Espanha mostraram que as relações entre os dois países estão fortes.
"Mais uma vez, a Cimeira serviu para evidenciar o excelente momento das relações entre Portugal e Espanha, num contexto internacional complexo, marcado pela agressão da Rússia à Ucrânia, que continua a desafiar todo o continente europeu", lê-se na declaração final.
A declaração tem 66 pontos e nela estão alinhados vários interesses ibéricos, desde a participação na União Europeia e na NATO às relações da Europa com África e América Latina.
Existirá um intercâmbio cultural entre os dois países que quer promover estágios e trabalhos de investigação em pequenos municípios de ambos os lados da fronteira.
Foram criadas também as bases para o prémio Magalhães-Elcano, que comemora os 500 anos da primeira viagem de circum-navegação.
Em conferência conjunta, António Costa afirmou que um dos marcos importantes desta cimeira, é a organização de uma iniciativa que visa “simbolizar” as “tradições democráticas” do período de 1974 e 1976 na Península Ibérica. Com uma programação conjunta, entre Portugal e Espanha, entre 2024 e 2025, esta iniciativa servirá como “uma homenagem à cultura” e um “tributo a Saramago”.
Recordando que o contexto da guerra na Ucrânia tem “fechado a Europa muito sobre si própria”, o primeiro-ministro português salientou que é, “mais do que nunca, importante sublinhar e enfatizar” a dimensão atlântica.
Em tom de conclusão, António Costa deixou o convite a Pedro Sánchez para que “no próximo ano tenhamos uma nova cimeira, desta vez em Portugal”, com o desafio de encontrar um “local tão especial, tão mágico” como Lanzarote.
“Esta dimensão está, desde logo, assinalada com a criação do prémio internacional Magalhães Elcano”, continuou, desejando que seja “uma nova oportunidade para que a União Europeia dê um novo impulso à sua política comercial”, designadamente através de acordos com o México, o Chile e, talvez, o do Mercosul.
Ao longo dos últimos anos, a experiência tem mostrado que “trabalhando em conjunto temos contribuído, não só para resolver problemas ibéricos, mas também problemas europeus”.
“Foi assim que conseguimos construir a solução ibérica para conter o impacto da subida do preço do gás no preço da eletricidade”, especificou Costa. “Estou certo que, dando continuidade ao que acordamos em Viana do Castelo, para dar prioridade a um esforço conjunto para reindustrialização verde (…), nós iremos ajudar a reforçar as nossas economias mas também a reforçar a autonomia estratégica da Europa”.
Espanha vai assumir a presidência da União Europeia ainda este ano e Pedro Sánchez diz querer manter boas relações com o “irmão português” para que tudo corra bem. O primeiro-ministro espanhol falou sobre os acordos entre os dois países, considerando mesmo a Cimeira de Lanzarote tão “frutífera” como a de Viana do Castelo.
“Onze acordos assinados, ligados a infraestruturas, justiça, escolas de fronteira, educação superior, a formação, a economia social, a resistência antimicrobiana e desenvolvimento da programação cultura. Estes são alguns exemplos de que os nossos ministérios trabalham diariamente”.
Realçando a colaboração bilateral entre Portugal e Espanha, Sánchez lembrou os projetos em comum para promover as energias renováveis, com o objetivo de tornar a Península Ibérica numa potência em matéria de energias limpas, dando uma resposta eficaz às alterações climáticas.
“Também melhorámos as nossas relações comerciais em 2022, que ultrapassaram os 48 mil milhões de euros e, como disse antes, temos de avançar ainda mais neste âmbito bilateral”, continuou Sánchez.
“Queremos preservar o mercado único [na União Europeia] e garantir a igualdade em todas as economias europeias. Ambos os governos estão comprometidos com a transição energética que coloca a União Europeia no topo da luta contra as alterações climáticas”.
Pedro Sánchez lembrou que a União Europeia deve continuar a promover alianças por todo o mundo, especialmente na Europa.
O primeiro-ministro espanhol lembrou, no fim da sua intervenção, José Saramago, que vivia e morreu em Lanzarote, como ponte entre os dois países ibéricos.
Fonte: RTP
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