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Continuam os protestos contra a reforma do sistema de pensões em França. Esta sexta-feira de manhã, os sindicatos organizaram um bloqueio das ruas em Paris, após uma noite de manifestações espontâneas, e pelo menos 310 pessoas foram detidas em todo o país.

A polícia de Paris entrou em confronto com os manifestantes depois de o Governo francês ter anunciado, na quinta-feira, que ia em frente com as reformas previdenciárias sem votação no Parlamento, ou apoio popular. A primeira-ministra Élisabeth Borne invocou o artigo 49:3 da Constituição francesa, que permite ao Governo evitar uma votação na Assembleia.

Após o anúncio do aumento da idade da reforma de 62 para 64 anos, foram muitas as multidões que se juntaram na Place de la Concorde.

“A oposição é legítima, as manifestações são legítimas, a banalização não”, declarou esta sexta-feira o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, em entrevista à RTL. “As praças das igrejas e aldeias não são ZAD [Zona a Defender é um neologismo usado para referir uma ocupação militante que visa bloquear fisicamente um projeto de desenvolvimento]”.

Esta sexta-feira de manhã, centenas de pessoas com faixas e emblemas da Confederação Geral do Trabalho (CGT) ocuparam e bloquearam a via de circunvalação de Paris junto à Porta de Glignancourt, desde as 07h00, provocando congestionamentos.

"Isso não deve ser feito. Existem instrumentos democráticos de reivindicação", criticou ainda o ministro do Interior, insistindo que as autoridades permitiram as manifestações, sem incidentes, durante todo o movimento contra a reforma das pensões.

Darmanin indicou também que pelo menos 310 pessoas foram detidas na quinta-feira à noite nas manifestações espontâneas contra a reforma do sistema de pensões, incluindo 258 em Paris. Alguns manifestantes entraram em confronto com a polícia ao início da noite de quinta-feira e foi ateado um incêndio no meio da Place de la Concorde, o que levou as forças de segurança a atuar e a disparar gás lacrimogéneo.

Várias cidades do país foram palco de protestos nas últimas 24 horas, incluindo Marselha, Nantes, Rennes e Lyon. De acordo com o ministro, em Rennes, Albi, Marselha e Paris, alguns dos manifestantes tentaram mesmo atacar edifícios públicos e escritórios de representação de políticos do bloco que apoia o presidente Emmanuel Macron.

A medida causou muita contestação entre os políticos da oposição, tendo alguns cantando La Marseillaise e erguido cartazes de protesto no Parlamento.O chefe da CGT para o setor ferroviário, Laurent Brun, disse esta sexta-feira em entrevista à rádio France Info que o objetivo é “paralisar a economia” e para isso as greves devem multiplicar-se.

"Contra os bloqueios do Governo, os pontos de bloqueio estão a multilicar-se", indica a entidade sindical num comunicado de imprensa.

“A ação de hoje insere-se nesta dinâmica de mobilização e ação”.

Toda a direita e toda a ala esquerda da Assembleia Nacional francesa pediram, na quinta-feira, a demissão do Governo, após a aprovação forçada da reforma do sistema de pensões, prometendo apresentar três moções de censura nas próximas 24 horas. A líder do partido de esquerda La France Insoumise (LFI), Mathilde Panot, escreveu no Twitter que Macron mergulhou o país numa crise política, sem legitimidade parlamentar ou popular.

A intersindical que luta contra a reforma do sistema de pensões em França já convocou concentrações para este fim de semana e um nono dia de greve e manifestações para 23 de março.

O Governo francês recorreu a um artigo da Constituição francesa, que prevê que uma lei possa ser aprovada sem passar pela Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento), para aprovar a lei de reforma do sistema de pensões.

Entre os artigos mais polémicos desta nova lei está o aumento da idade da reforma para 64 anos ou 43 anos de descontos, mas também o fim dos regimes especiais existentes para os trabalhadores dos transportes, da energia ou mesmo do Banco de França, assim como a adoção de um contrato especial para promover o emprego de pessoas com mais de 60 anos.

Fonte: RTP

 

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